“A atitude perante a vida define quem somos e o nosso trajecto”


Maya Reis Gabeira é uma surfista profissional brasileira nascida a 10 de Abril de 1987 no Rio de Janeiro. Uma big rider bastante conhecida pelos muitos troféus conquistados ao redor do mundo. Filha do ex-deputado federal Fernando Gabeira e da estilista Yamê Reis.
Em fevereiro de 2020, bateu o recorde mundial feminino de maior onda surfada.

O que se sente ao encarar o Canhão da Nazaré?
A Praia do Norte é muito especial . A onda mais poderosa que já surfei. Respeito muito aquele mar. 

Como encarou a ideia de depois do acidente, voltar a tentar?
O que eu não queria era desistir dos meus sonhos. Sempre sonhei em surfar a maior onda e por ser mulher entrar para o Guiness. Quando surfei na Nazaré sabia que ali seria o local para realizar o meu sonho. Por isso apesar do começo difícil não pude desistir. 

Havia uma forte pressão familiar para não o fazer?
Não. Minha família sempre ficou com medo e apreensiva mas nunca deixaram isso passar para mim e sempre me apoiaram. 

Como conseguiu ultrapassar o medo, quer falar-nos desse período de convalescença física e psíquica?

Treinando. Ficando . E permitindo-me muito tempo para que tudo fosse superado. Os traumas fossem superados e novas experiências ocupassem minhas memórias da Nazaré. 

Quais as principais características para ser uma big rider (uma surfista de ondas grandes)?
Amar o mar. E gostar de desafios. Adrenalina e superação. 

Que velocidade máxima atinge quando está a surfar uma destas ondas?
Cerca de 70km/h nas maiores. 

Sentiu que tinha de voltar ali para continuar o seu caminho e continuar a surfar? Porquê?
Com certeza senti que tinha que voltar a surfar na Nazaré. Depois do acidente aquilo só me deixou mais obcecada pela onda e todos os desafios a serem superados. 

Quando se apaixonou pelo surf e pelas ondas grandes em particular? 

Comecei a surfar aos 14 anos no Rio de Janeiro. Apaixonei-me pela modalidade de imediato. Não pensava em nada além do surf. 

As ondas grandes entraram na minha vida quando me mudei para o North Shore no Hawaii com 17 anos. 

Há muitas mulheres a surfar ondas grandes ?
Hoje em dia já há algumas. Vem crescendo bastante a modalidade no feminino. 

Sente alguma descriminação por ser mulher ou o tratamento, número de torneios e prémios são iguais? 

Actualmente os campeonatos e premiações são iguais. Foi uma grande vitória. Ainda existem algumas barreiras a serem quebradas, mas estamos com certeza no caminho certo para acabar com as desigualdades no surf. 

E como encaram os seus pais esta sua paixão tão perigosa?
Eles apoiam-me. Preocupam-se mas confiam em mim. 

Quando recorreu à Policlinica da Benedita e porque razão ?
Já recorri algumas vezes.
Para exames de lesão , sinusite e mais recentemente para fazer o teste à Covid-19. 

Tem algum comentário sobre os seus profissionais e modo como foi atendida?
Sempre fui muito bem atendida.
A equipe é nota 10.

terça, 02 de novembro de 21