Tendinopatia


Em que consiste e qual o seu tratamento

 

 

Certamente já ouviu falar de tendinopatia, tendinite ou até tendinose. Neste artigo explicam-se as diferenças e as formas de tratamento desta patologia dos tendões. 

Os tendões são estruturas fibrosas, formadas por tecido conjuntivo, que conectam o músculo ao osso, transmitindo-lhe a força gerada pelo músculo. 

Das lesões tendinosas, a tendinopatia é a mais frequente, a qual se caracteriza por dor localizada, habitualmente persistente e perda de função. Geralmente resulta de lesões de sobrecarga ou esforço repetitivo podendo, ocasionalmente, ter origem em traumatismo direto sobre o tendão. A sua prevalência tem aumentado, sendo frequente entre as lesões desportivas e as doenças profissionais. 

Os fatores de risco para este tipo de lesão podem organizar-se em extrínsecos e intrínsecos ao indivíduo. Os fatores extrínsecos relacionam-se com o desempenho de determinadas atividades profissionais, desportivas ou recreativas, que de alguma forma causa um stress repetido sobre o tendão. Os fatores intrínsecos incluem características físicas individuais como: género, idade, altura, peso, anatomia, amplitude articular, força muscular, genética, entre outros. Sabe-se ainda que certas doenças crónicas, a toma de alguns medicamentos e o tabagismo também contribuem negativamente para esta patologia. 

Historicamente, o termo tendinite foi usado de maneira indiscriminada ao longo dos anos para descrever a dor no tendão. O sufixo “ite” indica inflamação. Contudo, múltiplos estudos demonstraram que o processo patológico da maioria dos tendões dolorosos parecia ser degenerativo e não inflamatório. Nesse sentido, múltiplos investigadores sugeriram que se substitui-se o termo tendinite por tendinose, que melhor caracterizava as alterações degenerativas dos tendões. 

Contudo, estudos recentes vieram constatar que, para além deste processo degenerativo tendinoso, efetivamente poderá existir algum componente inflamatório associado. Por tudo isto, à luz do conhecimento atual, os termos tendinites e tendinose parecem ser questionáveis, devendo ser utilizada a terminologia tendinopatia

Como foi referido anteriormente, as tendinopatias resultam, essencialmente, de esforços repetitivos com sobrecarga tendinosa que originam uma alteração estrutural
do tendão, não havendo capacidade de cicatrização e reorganização estrutural, antes de nova solicitação do tendão. 

Esta patologia tendinosa pode envolver qualquer tendão do corpo, contudo existem regiões anatómicas mais suscetíveis de lesão. A destacar: ombro (ex: coifa dos rotadores); 

cotovelo, punho e mão (ex: tendões flexores e extensores do punho e dedos); joelho (tendões quadricipital e rotuliano); tornozelo e pé (ex: tendão de aquiles); entre muitos outros. 

O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível. As tendinopatias são lesões crónicas de recuperação prolongada. O paciente deve ter uma boa adesão terapêutica e cumprir ativamente as diferentes etapas do Programa de Reabilitação e de exercício, aumentando dessa forma o sucesso do tratamento. 

A estratégia terapêutica deve focar-se na reparação tendinosa, no fortalecimento muscular e no regresso do paciente às atividades profissionais, desportivas e recreativas. O paciente deve ser avaliado pelo médico que orientará as estratégias de tratamento de forma individualizada.

 

Dra. Diana Ascenso

Médica Fisiatra

segunda, 14 de junho de 21

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