Grande Entrevista - Dra. Sofia Silva


Fomos para fora cá dentro, como aconselham que se faça este ano. A escolhida para esta entrevista é uma colaboradora da Farmácia Alves: a Dra. Sofia Lourenço Silva. 

 

Onde nasceu e cresceu? 

Nasci e cresci na Benedita. Estudei em Coimbra e depois regressei a casa (Benedita).

 

Porque motivo escolheu Farmácia? A partir de que momento escolheu essa profissão?
Inicialmente a escolha do curso de ciências farmacêuticas começou pelo facto de se tratar de uma área multidisciplinar, que envolve várias ciências como por exemplo química, biologia, matemática e física. Todos esses conhecimentos estão aplicados nas ciências farmacêuticas. 

Ao longo do curso sempre senti interesse pela parte laboratorial, na vertente de investigação e pela da indústria farmacêutica. No final do curso como é obrigatório o estágio curricular numa farmácia comunitária, acabei por me aperceber da vertente humana associada ao desempenho da profissão. Ajudar os utentes passou a ser o objectivo e o corolário. A satisfação de chegar ao final do dia e saber que a minha presença fazia a diferença na vida de quem precisa de
um conselho, de quem confunde os seus medicamentos, em suma a saber que tinha ajudado directamente alguém, levou-,me a optar pela carreira de farmácia comunitária. Ainda hoje, continua a satisfazer-me mais conseguir ajudar os utentes: saber que vão para casa compreendo a função da medicação, o esquema terapêutico (que nem sempre é simples), a importância de tomar a medicação de forma correcta e que é prejudicial tomar medicamentos sem indicação do médico. 

 

Fale-nos do seu percurso profissional, dos seus sonhos e projectos?
Tenho um percurso profissional bastante curto. Além dos trabalhos de verão que fui tendo, assim que terminei o curso comecei a trabalhar na Farmácia Alves onde gosto muito de desempenhar as minhas funções. Já tenho por isso o meu emprego de sonho. Faço parte de uma excelente equipa quer em termos profissionais, quer humanos e posso confessar que me sinto a fazer parte de uma família. 

Nada é estático na vida e no futuro gostaria de implementar outros e novos tipos de serviços na farmácia, como por exemplo a consulta farmacêutica. Possamos todos ter disponibilidade para nos envolvermos em novos projectos. 

 

Há quanto tempo está na Farmácia Alves? 

Há 10 anos que trabalho na Farmácia Alves, o tempo passa sempre muito rápido quando estamos bem!
Gosto de fazer sempre o meu melhor, contudo fico sempre com a sensação
de que poderia fazer mais. É o facto de sermos exigentes connosco próprios em vez de acomodados, que nos dá energia e impele o alcance da excelência. 

 

De que maneira a afectou a pandemia? 

A todos os níveis: profissional e pessoal.
A nível profissional foi difícil e desafiante, inicialmente pouco se sabia sobre este novo vírus e poucas certezas podiamos dar aos utentes. Tínhamos de ir gerindo e tendo as informações sempre actualizadas. Alguma medicação começou a ficar esgotada. Houve uma maior procura dos nossos serviços. A Saúde 24 não conseguiu ter capacidade de resposta e era à farmácia a que os utentes recorriam.
Alterámos os procedermos para que os utentes se sentissem em segurança para se deslocar às nossas instalações.
A nível pessoal foi muito difícil manter o distanciamento com a família, mas o contacto com público conjugado com o nível de incerteza sobre quem pode estar infectado em que vivemos, fazem com que seja a melhor a opção. 

 

Que conselhos gostaria de dar aos leitores?
É necessário saber lidar com a situação, devemos ter todos os cuidados recomendados e não facilitar: utilizar a máscara de forma correcta, manter a distância de segurança e lavar as mãos com maior frequência e sempre que se toca em algo que pode estar infectado.
É importante não entrar em pânico, revelar um medo excessivo e acreditar em toda a informação que surge nas redes sociais.
Lentamente vamos ser capazes de nos adaptar, aprender a lidar, com esta nova realidade, aceitar que as coisas vão ser diferentes, continuando a viver as nossas vidas. 

 

Como encara agora o futuro? 

Com mais apreensão. Deveremos tirar muitas lições. Uma delas é que não podemos ter certezas ou garantias quando planeamos algo na vida. Que devemos cuidar da nossa saúde por nós e por todos os outros que nos rodeiam. Ou seja ser sempre solidários. 

 

Que faria se ganhasse o euromilhões ? 

O futuro vai ser diferente daquilo que anteriormente pensamos, as coisas não vão voltar a ser iguais. Se ganhasse o euromilhões, como tenho dito sempre, gostaria de continuar a trabalhar, com um projecto próprio e sempre na mesma profissão. 

 

Quais os pilares que considera mais relevantes na vida?
A honestidade e a perseverança são pilares fundamentais, tendo como base estes princípios de vida, conseguimos atingir os nossos sonhos e o que desejamos para as nossas vidas. 

 

Como gostaria de ser recordada? 

Tenho 33 anos, ainda não pensei bem neste assunto. Penso que gostaria de recordada por ter vivido de acordo com os meus princípios, uma pessoa honesta que sempre lutou pelos seus objectivos. 

 

Numa palavra como se define? 

Persistente.

quarta, 12 de agosto de 20